domingo, 8 de julho de 2007

TreiHaus



Biip” “Biip” “Biip”
Andréa abre os olhos. O digital do relógio avisa: são seis da tarde. Seus olhos ardem. Ela se levanta o quarto está escuro. Mas isso não é problema. Ela abre a janela. Ainda é possível se ver o sol se pondo no horizonte. Seu toque já não oferece perigo. Sua boca tem um gosto estranho. Se ela não fosse um vampiro, poderia ser ressaca. Ela anda pela casa. Ela tenta entender o que houve. No sofá da sala um belo casal. Agora ela se lembra. Ela os trouxe da rua. Ao contrario de outros vampiros, Andréa gostava de caçar em clubes e boates. Era mais fácil, dispensava o blá, blá, blá. Ela os examina. O no bolso do rapaz ela encontra o motivo de sua “ressaca” cocaína. Sangue drogado e tudo que ela não precisa. Um banho. Sim. E disso que ela precisa. Enquanto a água quente enche a grande banheira, Andréa se olha no espelho.(não acredite em tudo que lê sobre os vampiros). Ela mexe no cabelo ruivo. Ela já não se lembra qual era a com original. Ela se vê nua no espelho e pensa: “Nada mal para uma senhora de oitenta e três anos” seu banho é demorado, ela não tem pressa. Embora já não sinta frio ou calor, Andréa gosta de banhos quentes. Gosta de ficar olhado o vapor tomar todo o banheiro.
Na sala, Andréa vê o jovem casal no sofá e se lembra que ainda tem que dar fim nos corpos. Essa era à parte difícil da coisa. Não que o peço a incomode. Ela os carrega como bonecos de pano. O elevador de carga desce ate o poderoso incinerador do prédio. Em poucos minutos só restara apenas boas lembranças. Pelo menos para Andréa. Pronto. Ela esta pronta para mais uma noite de caça. Nos últimos vinte anos, Andréa tem sentindo falta de algo, mas ela não sabe o que é. Isso a irrita. Mas esta noite ela não pensaria nisso. Afinal, as noites de sábado são as melhores. Podia-se esperar de tudo. Isso a excitava.
Andréa era um tipo único de Vampiro. Ela gostava de andar com os humanos. Enquanto os seus “Primos” gostam de becos escuros, Andréa gosta de agitação. Poderia saltar sobre velhos telhados, mas para que? Se andar é muito melhor. Ela caminha entre os humanos assim como um lobo faminto anda entre ovelhas. Ela os observa, os estuda. Avalia cada movimento. Ela agora sobe a Rua Augusta. Ela vê os carros que param para s meninas. O movimento é grande. Os cheiros se misturam. Perfumes caros, adrenalina e sexo. Ela quase se deixa levar por uma bela garota seminua. Mas ela sabe que ali é região de caça de outros como ela. E uma briga agora acabaria com sua noite. A Avenida Paulista. Com suas luzes e seu intenso movimento. E o melhor ali não é área de ninguém. Ela assobia uma canção dos The Smthis “Ask” enquanto pensa: Aonde ir hoje? Não gostava muito de caçar na rua. Mas a noite estava quente. Seria um pecado ficar fechado. Então, Andréa vê um grupo de jovens subindo a rua da consolação. Não seria nada de mais se não fosse o modo como estavam vestidos. Não eram nada parecidos com os demais jovens do final dos anos 80. Todos vestidos em sua maioria de Preto. De inicio ela pensou que eram outros vampiros. Mas mesmo estando a uma grande distancia, Andréa consegue vê-los e ouvi-los nitidamente. Não. São apenas garotos. E pela conversa ainda a mais. Tomada mais pela curiosidade do que pela “fome”, Andréa decide segui-los. Não demora e eles chegam na alameda Jaú. Sim é verdade, há muito mais deles. Todos reunidos na frente de um sobrado.
Do outro lado da rua, Andréa observa aqueles jovens. Ela olha o sobrado. Ela gosta de sua cor e dos morcegos pintados. Lá dentro musica alta. Mas só ela e capaz de ouvir do lado de fora. Ela pensa: porque não? Poderia ser divertido e se não gostasse poderia se alimentar em outro lugar. Ela entra. Ela ri do que vê. Mas não é um riso de desdém, mas sim um leve sorriso de quem realmente gostou do lugar. Ela olha para o bar. Garrafas coloridas o decoram. E um leve cheiro de incenso perfuma o ar. Ao seu lado uma escada caracol. Onde rapazes e moças descem correndo sempre que uma determinada musica começa. Ela olha para baixo, e resolve descer. E a pista de dança. Pessoas dançam banhadas por uma forte luz branca que pisca muito rápido. Ela não conhece a musica que esta tocando, mas gosta do refrão: “Now I’m Feeling Zombiefied”. E se deixa levar para a pista. E dança por horas. Mas ela ainda precisa se alimentar. Então, ela o vê. Saindo da pista. Ela o segue, mesmo estando escuro ela o vê subindo a escada. A caçada tem inicio.
Mas ou contrario. Do que você imaginou, Andréa não expôs seus caninos e o mordeu ali mesmo. Não! Primeiro seria loucura, depois não é esse seu estilo. Ela é sutil. Ela o procura. Ali. Sentado na janela. Ela se aproxima. Ela nem precisou usar de artimanhas para puxar conversa. Ela descobre o seu nome, é Carlos, mas os amigos o chamam de Carlinhos. Por um tempo eles conversam, e Andréa já não sabe explicar porque ainda não vez o que tinha que fazer. Ela já estava ali há horas logo o sol vai nascer. Ela tem que ser rápida. Apesar disso, ela não quer deixar de ouvir a voz de Carlinhos. Ele a chama para a pista. Esta tocando uma musica que ele gosta. Ela aceita e o segue. Ela permite que ele pegue sua mão. De baixo da escada um velho sofá. Eles descansam. E acabam se beijando. Um beijo longo. Andréa já tinha se esquecido desse tipo de coisa. Quando se é vampiro, se tira prazer do ato de se alimentar. Mas ela gostou. Seria agora. Estava escuro e o tempo é curto. Normalmente ela ataca com rapidez e crueldade. Mas não agora. Ela coloca Carlinhos em transe profundo, o recosta no sofá e com cuidado, se alimenta do sangue quente de Carlinhos. Mas o prazer é mutuo. Carlinhos também sente prazer. Uma pena que não vai se lembrar disso depois. Depois de totalmente saciada, Andréa lambe o ferimento escondendo assim qualquer sinal de sua existência. Ela olha para Carlinhos. Ali deitado. Ela já não sabe explicar como se sente. Seu relógio avisa. Seu tempo acabou se ela não for agora será o fim.
Seria impossível aos olhos humanos, ver Andréa sair do sobrado. Agora ela teria que “apelar” não dava para esperar, teria que ser do jeito antigo. Correndo por entre os telhados e velhas caixas d’água. O céu já esta claro quando ela entra pela janela. Desta vez, quase é ela que encontra o fim. Já na segurança de seu apartamento, ela se lembra que quando estava saindo ouviu o nome do lugar. TreiHaus. Sim. Era esse o nome. Ela não vai mais esquecer. Quando der ela volta. Agora... Quanto a Carlinhos, ela tinha planos para ele. Ela se alimentou de seu doce sangue. Ele não tem segredos para ela. Agora ela já sabe onde achá-lo. Ela também descobre o que era aquela sensação que tanto a irritava. Companhia. era isso. Sim ela já não quer mais ficar sozinha. E Carlinhos seria seu companheiro. Isso aconteceu há quase vinte anos. Hoje, os dois caçam juntos. Em clubes e boate de São Paulo. E são e serão felizes para sempre.

MH: Amor. Difícil explica-lo de uma forma racional. Ele apenas acontece

3 comentários:

Tin disse...

Adorei esse conto , me fez lembrar de 20 anos atrás em nossas vidas mortais... Grande beijo amigo! =P

Jennifer Souzza disse...

ótimas essas historias

Jennifer Souzza disse...

São ótimas essas histórias!
Parabéns