domingo, 15 de julho de 2007

Amor após a Morte.





André trabalhava em um grande banco no centro de São Paulo. Não era casado e não tinha namorada ou mesmo amigos. Colegas, Talvez. Como não havia ninguém esperando por ele em casa, ele não se importava em ficar ate mais tarde. Sempre pegava o ultimo metrô. Essa rotina durou dois anos. E nesse tempo, ele se acostumou com as mesmas caras. Apesar de serem poucas.
Certa noite, essa rotina foi quebrada. André nunca gostou de conversar com estranhos, principalmente no metrô. Uma garota. Sentou-se ao lado de André, mesmo o trem estando quase vazio. O primeiro impulso de André foi de se levantar e sentar-se em outro lugar. Mas não o fez, ficou ali. Ele a observa. Gosta de sua pele branca. E de seus longos cabelos. Sua camiseta deixa um decote quase indecente. Ele não deixa de perceber os belos seios salpicados de pequenas sardas. Ela também percebe que André a olha com desejo e timidez. Ela puxa assunto. André reluta, mas acaba cedendo. Ela diz seu nome, mas ele não consegue guardar. Durante toda viagem eles conversam. Ele não entende, como uma garota como aquela estava desperdiçando seu tempo com ele. Mas o mais estranho, é que ela o conhece. Ela sabe de seus medos, de suas duvidas, de suas fantasias. Ele por outro lado, começa a se afeiçoar por aquela garota. Uma voz metálica anuncia a próxima estação. Ela precisa ir. Mas se ele quiser, ela pode esperá-lo na mesma plataforma. Ele diz que sim. O trem para e ela sai. André tenta segui-la com os olhos, mas ela desaparece na estação vazia.
Na noite seguinte, André espera sua nova amiga. Amiga. Essa era uma coisa que ele achou que jamais teria. Ele vê a luz que se aproxima. É o trem. E onde ela está? Teria se atrasado? Ou algo aconteceu. Não. Ela foi apenas gentil comigo. Teve pena, apenas isso. O trem para e abre suas portas. André olha em volta mais uma vez. Ela poderia aparecer derepente. Mas nada. Ele se senta no lugar de sempre. O metrô esta vazio. E ele não consegue segurar as lagrimas. Duas estações passam. André observa os túneis escuros. Novamente a voz anuncia a próxima estação. O trem para. As portas se abrem. Ele não se importa com quem entra ou sai. Ele sente um leve perfume de jasmim. E uma voz doce e gentil diz: Oi... André. Ele olha. Para o lado, é ela! André tenta disfarçar os olhos vermelhos com uma péssima desculpa. E ela finge que acredita. Ela se desculpa. Diz que tinha negócios em outros lugares. Mas André não se importa ela estava sentada ao seu lado outra vez.
Nas semanas que se passaram, André chegou a uma obvia conclusão. Ele amava aquela garota que ele não conseguia guardar o nome. Mas e se ela tivesse alguém? E se ele estivesse confundindo as coisas, ela poderia estar sendo apenas gentil com ele. Perguntar era um risco. Mas esse risco ele tinha que correr. E seria naquela noite. Ele chega na estação. E olha para os lados. Ela esta lá, e juntos esperam o trem. É agora. ele tem que saber. André enche o peito e pergunta: você tem alguém? Com a cabeça ela responde: Não. Ela era livre. E sim. Ela gosta dele. Agora André é um homem feliz.
O dia seguinte segue normalmente. André comprou flores para sua amada. Mas não escreveu cartão. Afinal ele não consegue se lembrar de seu nome. Ele tem muito trabalho no banco, mas não esta nem ai. Estava feliz demais para trabalhar. Resolveu matar o tempo lendo um velho jornal. Nada de interessante, só noticia velha. Mas uma coisa lhe chamou atenção. Uma garota suicida? Sim ele se lembra de ter visto um tumulto na plataforma. Nas não deu atenção afinal, não era da sua conta. A suicida tem nome. Juliana. A noticia mexe com André. Alguma coisa dói em seu peito, como se estivesse para perder algo de estimado valor. A noite chega e com ela, medo. Ele chega à estação do Metrô. Ela o espera do outro lado da plataforma. Ele não sabe o porque, mas ele a chama em voz alta: “Juliana?” Ela responde com um aceno de mão. Ele pode ver as lagrimas que correm por seu rosto. Seu coração dói. Ele sabe que vai perdê-la. Mas ele sabe o que tem que fazer. Ele espera o ultimo trem aparecer. Ele a olha com amor. E salta. Tudo acaba rápido. Uma senhora grita. Ele já não sente dor alguma. Ela esta de pé ao seu lado. Agora para sempre. Isso aconteceu há dez anos. Mas tem gente que jura que eles estão juntos. E é possível vê-los no ultimo vagão, do ultimo trem.

MS: Sim. É possível Amor após a Morte

4 comentários:

Unknown disse...

que linda história!!!
Eu Amei é muito emocionante!

Jéssica Lainne disse...

Nossa, gostei muito. "Amor após a morte", surpreendi-me com a história, parabéns. ^^

Anônimo disse...

Queria poder estar ao lado do meu amor !

edivania disse...

mas q estoria em e de arepiar